Desequilíbrio
Quero gritar
Essa poesia engasgada
Tropeçando por meias palavras
Pra não mostrar o que realmente é.
A dor faz parte da vida,
E ensina a silenciar,
na arte de esconder,
eu ocupo o primeiro lugar.
As águas não levam embora
o que pertence ao lugar,
posso sair mundo afora,
mas quando volto, vou chorar.
Meu sopro de juventude,
Ameaça da minha virtude,
Desnuda minha alma,
e não mais meu corpo.
Desequilíbrio,
Espelho do meu delírio,
ninguém imaginou
e nem deve imaginar.
Que ainda pinta cores confusas,
Espectro da minha tortura
Um sopro de aparição,
Arritmia sem solução.