# NOITE SILENCIOSA

A quietude veio das matas e entrou na tapera

Sem a perturbação das galinhas, tudo calmo,

A juriti parou com as ruideiras lá no paiol,

Com as brumas, não se via a um palmo.

Com o quati sumido o silencio permanece.

mas, teimoso minuano bolinava ali do lado,

na janela da alcova onde o menino dormia

e sem entender o barulho acorda apavorado.

Brancas nuvens fugiam rumo ao sul,

Atrás do dia que se foi deixando-as só,

Contudo Eram companheiras as estrelas,

mas ao norte trinava o triste cantar do jaó.

Mesquinhas toupeiras roíam seu alimento,

enfurnadas no buraco para não compartilhar,

ora, com quem? se o coelho e o preá dormiam,

E o tatu tinha uma roça de milho para devorar.

Surge à sombra do jacarandá a onça pintada,

Espantando a toupeira, não queria ser o cardápio.

Mesmo o ouriço, tratou logo de cair fora dali.

virou mandrake, e sumiu aquele quati larápio.

Cansada de esconder aquela turma por 12 horas,

A noite vai saindo lentamente e dá lugar ao dia,

este sim vem trazendo o carijó como abertura,

e a algazarra da passarada numa só gritaria.