METÁFORAS

Rio, 21/11/2018.

Eram palavras,

Tantas palavras,

Feitas de pedras

E era um amor

Pesado de chumbo.

Havia uma dor

Mais fina que navalha,

Um silêncio frio

Que penetrava e doía.

Havia um carinho

Tão doce de espinhos

E flores despetaladas

Num jardim já morto.

Davam beijos ardentes

Com dentes que feriam,

Havia um sol escaldante

Em pensamento delirante,

Num deserto de sentimentos

Dentro de tempestade de areia.

Havia gente sem mente,

A qual apodreceu das palavras

Cheias de feno e veneno.

Viraram animais sem iguais,

Pois perderam o raciocínio

E também todo o domínio.

E vivem como zumbis

Pelados de todo o saber,

Drogados de palavras

Com ácido veneno.

Andam muxibentas

Pelos corredores do saber

E se ufanam de cultura

Que julgam ser pura,

Mas traz só loucura,

Pois está viciada de sepultura

E caminham como zumbis.

Andam pelas ruas

Tão néscios de saber,

Olhando fixos pra lua

Vivem sem viver.

São os que caminham

Tão rentes a abismos,

Cegos de tantos “ismos”

E vivem como ostras

Em um mar de lama

Produzindo suas pérolas

Sem valor algum.

Torcem o direito,

Aprovam o imperfeito,

Vivem mergulhados em adrem,

São como cães e assim ladrem.

Ganindo saiam pelas ruas,

Gritem, estão do saber nuas,

Seres que perderam a razão,

Tão rubros têm o coração

Que não amam,

Nem querem o bem desta Nação!