DESATENÇÃO
Minha atenção é obsessiva no que conduz ao meu pesar
Quem sabe fui desatento quando nasci...
Provavelmente poderia ter sido atento quando fui religioso
Minha aura de enxofre teria sido mais resplandecente
Outras desatenções vieram no fluxo das águas
Salvaram minha pele numerosas ocasiões
Em outras cavaram buraquinhos na carne como bernes e foram até o osso, chegaram no tutano e continuaram...
Prestando atenção nisso tudo, envolto nas minhas superstições de criança
Foi que percebi as nuvens chegando e todas as matemáticas da vida se descortinando no meu horizonte
As bolhas de sangue explodiram e mancharam tudo de rubro
Num turbilhão onde tudo fez sentido
E a distração perdeu todo o sentido
Os atentos herdarão as cinzas...
Apenas pra poder assoprá-las e admirar a dissolução