Dies Irae
Sinto-me como um velho artista,
Aristocrata decadente e idealista;
Espera sem fim pela modernidade
Trágica que avassala a eternidade:
O tempo - foi agostiniano para Eliot,
Licofroniano para Faulkner e irredimível
Para nós. Whitman cantou o corpo elétrico
E Celan o desespero etéreo.
Não sou o poeta do corpo, mas da alma
E andando vagarosamente pelos labirintos com calma
Eu conheci o desespero
(Sem o salto da fé kierkegaardiano)
Com o português roseano
Eu entro no colapsado desterro.
O Prufrock não evoluiu,
Lúcifer de Milton caiu,
Pound errou
E Éluard militou.
Os valores cessaram,
Nossos amores apagaram.
Resta apenas Bizâncio boreal,
Onde acaba a modernidade infernal.