Espasmos Alegóricos
Espasmos de inspirações nesse sol
Que aquece e desgasta minhas palavras
Espasmos de dor sobre o lençol
Que me deixam insone nas madrugadas
Espasmos e lapsos de memórias
Tão antigas que deixei na encruzilhada
Espasmos pela água tão gelada
Que pela cachoeira foi a tempos derramada
Espasmos longos em um peito doentio
Que aquela tarde se banhava lá no rio
Rio de águas claras e de vida borbulhante
Que busca o mar nesse fluxo constante
Eu tive espasmos ao escrever tal poesia
Incerto ao verso vazado pelo punhal
Não fui direto, mas usei alegorias.
Para entregar-me as castas luzes do arrebol
Também espasmos pelo sangue escorrido
Sono letárgico, desregrado e fatal.
No seio eterno do universo escondido
Nos abraços escassos entre o bem e o mal