CODINOME
Sempre paguei
pelo não que me daria.
Sempre roguei
pelo pão de cada dia.
Sempre amei sem cobrar nada,
mesmo sem ter serventia.
Esqueci seu codinome,
pus seu nome na poesia.
Se acaso me rebelei
por apreço e empatia,
peço enfim que não repare,
perdoe minha ousadia.
Pra evitar um descompasso
dei de pecar na harmonia.
Se às vezes silencio
reverencio calado
o imenso espaço vazio
da tua ausência ao meu lado.
Quem me vê pelo avesso
sabe porque sou assim,
quem não muda seu olhar
não sabe nada de mim.
Quem me vê triste ou risonho
nem imagina que vago
sempre apegado ao meu sonho
sem sair do camarim.
Saulo Campos- Itabira MG