A velha loucura

No último verão a loucura me procurou novamente

Sorrateira, esperta, buscando meus dias mais belos, escolheu estragar meu brilho, minha sorte, meu pedido realizado.

Ela fala, ela convence

Ela apresenta, inclusive, as provas

Mostrando sem piedade que o sonho não é pra mim.

Desta vez, a monstra maldita, infame, violenta e silenciosa foi silenciada

Não com gritos

Não com choros pra dentro

Não com suor e desespero – mas depois deles

Foi simplesmente domada

Com álcool

Com cigarros

Com anjos.

Uma folha pintada a aquarela, com nuances vermelhos e laranjas, foi o sinal

De que tudo estava estranhamente se acomodando

Em chamas

De aquarela,

Em movimento.

Desenhadas com pincéis diversos, do fundo da alma, por cima da água rasa.

Giovana Perlin
Enviado por Giovana Perlin em 19/03/2019
Código do texto: T6601554
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