Paisagens rurais ao entardecer
Nenhum quadro de qualquer pintor me dará o encanto desta cena: a montanha se acinzentando; as árvores se aquietando para a grande viagem da noite; o céu se avermelhando; o sol se enfraquecendo...
E não me acusem de esquecer a ciência que explica facilmente cada um dos fenômenos que vejo, pois, hoje, no meu direito, não percebo pela razão, essa velha ranzinza.
Percebo pelos sentidos e, de propósito, não penso. Não me ocupo por resolver se existo, apenas sinto – e me desapareço no longínquo da pastagem. Voo com a andorinha, desço com o riacho, apago-me com a mata.
Tenho a eternidade e sorvo tudo. Assim como, quando criança, chupava manga até o caroço ficar branco.