A Voz do Meu Silêncio
Vou despir-me de toda sanidade
Gritarei para os ouvidos do eco
E deixarei as palavras reverberarem
Dentre as paredes do templo
Vou derramar o último copo de vinho
E sujar as vestes imaculadas da virgem
Não saciarei mais essa sede sórdida
Somente auscultarei o sangue nas veias
Correrei nas frestas do desfiladeiro
Até faltar-me o oxigênio
E descalço pisarei as brasas
Até satisfazer a fome de viver
Logo após dormirei o sono dos justos
E acordarei nos braços da minha violeta
Onde poderei me deleitar em seus traços
E sorriremos novamente ao pôr do sol