DESTEMIDA
Há um sentindo em não "o ser entendido".
Sou por intermédio abstrata, lasciva, compulsiva.
Tenho dentes afiados, boca faminta, língua libidinosa.
Meus olhos desnudam-te, minhas mãos percorrem pelo teu corpo por intermédio das minhas palavras.
Sem que me sintas te possuir, faço tu'alma gozar de prazer.
Corro pelas tuas correntes sanguíneas, afloro em teus poros, sacio-me do tesão que te deixa no ponto.
Sou compulsiva, destemida, sem leis.
Faço-me personagem principal de tua história.
Penetro-me onde ninguém jamais entrou, permaneço até que eu queira me retirar.
Sou esquiva, arredia, sem cabrestro.
Sou livre, minha alma é incontrolável em minha essência, minha sina é não ter destino certo.
Brinco com o tempo, alívio do fardo de entender o passado e temer o futuro.
Eu sou o agora, eu vivo o momento, sobrevivendo à mim mesma, venço a minha própria guerra.