O GARGULA MACACO
O GARGULA MACACO
Os escaravelhos não perguntam
pelo rei das sombras no crepúsculo
são descendentes das vinganças
nascidas do ventre cobiçado da rainha
que entregou sua "carta" aos amantes
na epopeia durantes as festas
nos arredores pelo caminho que leva
ao corredor de abutres no covil
das lamentações de barbaros estrangeiros
há uma celeiro velho de tábuas
onde o desenho na porta tem um aviso
escrito "Existe um salmo que recitado
esconde quem desafia o mundo"...
pelas pequenas aberturas pela fechadura
nos orificios não se via nada
tudo calmo abandonado
mas algo entre tudo fazia sentido
o caminho não pertence aos nobres
não caminham sobre terras
onde queimam corpos no fogo
secular da discórdia dos sangues
impuros pelo conjuro dos místicos
na colina de pedras do monte
há um sacerdote de tunica negra
de única imagem semelhante
aos sonhos igual aos pesadelos
que zela pelo mundo conhecido
aonde os nobres e os filhos destes
possam viver sobre a tutela
dos céus e das estrelas
sem que amanheçam
devem sempre ir embora
quando vênus nasce no horizonte
segundo a ordem de seus artifícios
quem desonrar o código
abrirá caminho ao criador do caos
que pode viver entre os ricos
dançar entre os nobres
conviver com abutres
dormir com as crianças
saltear de alegria nas florestas
trazer do rio um fruto colhido
mas nunca o virão de verdade
sua fome é reptil e tudo nele
permite acreditar que o escuro
as penumbras e a neblina que
repentina cai sobre toda cidade
é mero acaso da natureza
é mera beleza do Deus mágico
é uma divindade vinda descançar
nas sombras da noite
ela quer altares onde sobre todos
os lares iluminasse o medo
é este o pequeno gesto do espírito
que ele cria um veneno mortal
porque o sol não oferece
o que quando amanhece parece
estar tudo de novo protegido
nossa grande fraqueza nasceu
desabitada de luzes
e estas cruzes ele conhece o cheiro
que ainda arde na vontade
que foi nossa um dia
procurem o sinal cravado no corpo
escondido na pele
da mesma cor da pele
está aquilo que carregas
como fonte de força da sua fé mesquinha
saberá quem o destino trouxe
numa manhã onde o beato da cobiça
por almas doceis leu o salmo
e ofendeu as leis do divino matrimônio
com a terra
longe do sacerdote longe das grandes
muralhas da igreja
nenhum portal pode ser reivindicado
a terra tem fendas onde a besta respira
no bel prazer do indomado
daquele que pode ser animado de carne
de rosto de charme de olhos puros
aqueles que juraram pelo religare
podem estar...possuídos.