TIPUANA
deitar-me-ia no tapete viscoso
de flores caídas,
duma árvore qualquer,
em momento ocioso.
deitar-me-ia para sonhar
com vidas de fato vividas,
e não como e quando der
como nos fazem acreditar,
acordaria confuso porém doce,
das pétalas esmagadas sob meu corpo,
maceradas pela garoa fria.
acordaria como se outro dia fosse,
para fazer dele confiável porto
e me esquecer de que outra vida existia.