Quando
o que tenho debaixo das unhas
é a sujeira do tempo,
os restos de um conto opaco, efêmero
e como é em toda oração, dela, me torno ausente
- E eu também, por oposição.
quando finda o poema,
'quero casar com um Hamlet'.
mas ele está morto, como está morta
a poesia, depois de escrita.
pois escuta, que o tempo é agônico
sutura teu corpo à rua, ali
a poesia acontece a cada segundo
- lacônica, prolixa, dos sinônimos e antônimos.
a palavra nunca envelhece, mas os homens
adoecem. Não é o tempo que nos mata
mas a doma que vitima.