Quando

o que tenho debaixo das unhas

é a sujeira do tempo,

os restos de um conto opaco, efêmero

e como é em toda oração, dela, me torno ausente

- E eu também, por oposição.

quando finda o poema,

'quero casar com um Hamlet'.

mas ele está morto, como está morta

a poesia, depois de escrita.

pois escuta, que o tempo é agônico

sutura teu corpo à rua, ali

a poesia acontece a cada segundo

- lacônica, prolixa, dos sinônimos e antônimos.

a palavra nunca envelhece, mas os homens

adoecem. Não é o tempo que nos mata

mas a doma que vitima.

Jeronimo Collares
Enviado por Jeronimo Collares em 17/03/2019
Reeditado em 17/03/2019
Código do texto: T6600355
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