Recomeço

Na linha reta, o desvio

o amor na contra-mão

a vida sem direção

no desalinho, o vento tardio

tardo em versos, deixo de ser

quero apagar, quero esquecer

o traço, o laço, o abraço

nada importa, se me desfaço

em caminhos sinuosos a percorrer

ardente, a alma queima e sufoca

o completo vazio que ficou em nós

o aturdido grito de minha voz

as cores, as dores, os dissabores

os mesmos nós, atados e sós

impedindo-nos de novos amores

desvencilhemos essas amarras

deixemos os caminhos retos e vazios

para novas aventuras e outros desafios

Francis Faria
Enviado por Francis Faria em 19/09/2007
Código do texto: T660024