Recomeço
Na linha reta, o desvio
o amor na contra-mão
a vida sem direção
no desalinho, o vento tardio
tardo em versos, deixo de ser
quero apagar, quero esquecer
o traço, o laço, o abraço
nada importa, se me desfaço
em caminhos sinuosos a percorrer
ardente, a alma queima e sufoca
o completo vazio que ficou em nós
o aturdido grito de minha voz
as cores, as dores, os dissabores
os mesmos nós, atados e sós
impedindo-nos de novos amores
desvencilhemos essas amarras
deixemos os caminhos retos e vazios
para novas aventuras e outros desafios