Foi um pato em Treviso quem me disse
depois de uma viagem em espumantes zonas...
que na Idade Média o amor tinha gosto de morango
e os corpos ansiavam pelas graças dos altares...

O pato me confessou ser ótimo ser pato
em plena época de divinas exortações...
Pois um pato é só um fato, não uma questão
não arrasta em si uma alma a ser conquistada
nem pode fazer votos de sombria submissão.

Só aos patos é dado amar...
aos homens tão só vadear...

O pato de Treviso piscou os olhinhos e foi embora
pelo canal tranquilo, rumo ao moinho
que ainda hoje roda, roda, indiferente às eras
e a filosofia da continuidade das águas dos rios...


Enfim para que filosofia nas terras de Itália?
Bem o sabe o arisco pato de Treviso...
que sendo antigo como as lembranças relembradas
é a cara da História sem delongas e sem mais nada.