O Eu I

Olhes a tua mão repleta de gozo e desprezo

Espanta o Narciso que provoca o seu beijo

E flutue na quimera da reencarnação

De material, tenhas nem o pulmão

Pegue o fósforo, acenda o cigarro!

Coloque cabrexo e rédeas nos seus sentimentos com a nicotina do Diabo!

Carrego em minhas costas as chagas vil das mazelas que sobrevivi

Em minha barba, o sobejo dos amores que perdi

E em minha mente, a psicopata destra bronca que me deixaste criptógramo

Não enchas teu cérebro com coágulos de calor

Em busca do calor do amor

Ponha a ortonásia em seu favor!

Não enxergues o oásis por causa da intensa bruma do coração

Vialege na morbidez da sua acérrima existência com emoção!

Se alege, com suas, nossas e vossas quimeras e nauseabundas lembranças

Resfolegue em seu trono de mentiras,

Deita-te em sua cama de espinhos

E descanse conscientemente!

Na consciência que só faltas o fúnebre e volúnpico Réquiem,

Para que tu possas se materializar para o além!

Cardoso de Figueiredo
Enviado por Cardoso de Figueiredo em 16/03/2019
Reeditado em 24/04/2019
Código do texto: T6599834
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