SOB A ESCURIDÃO
A toga negra, o martelo, a balança,
a ponta da lança pra se equilibrar,
a dura sentença, a triste descrença
e do veredicto não dá pra escapar.
A negra sorte que nos afugenta
nesse infindável jogo de azar,
a cortina de ferro que sempre se fecha
alertando que o show já vai começar.
A manta que encobre interesses escusos
e os tantos abusos que estão por vir
o mugido fraco do ser desvalido
afoito pra ver uma porta se abrir.
Mas nada acontece e tudo se repete
o sistema conspira e sempre se dá bem
fica o réu de joelhos implorando o milagre,
rezando e pedindo e o milagre não vem.
Saulo Campos- Itabira MG