MENEIO DE ASAS (OU O BEIJA-FLOR E SUA AMADA)
Um beija-flor beija sua amada,
Busca nela a força de subsistência.
Esforça-se em meneios de asas,
-Insana luta de flutuação-
Mescla cores e beleza,
Aspira-lhe o perfume,
Suga-lhe o mel.
Encanto maior no cenário
Não há entre os raios de sol
-Jardim de mil beldades-
Tampouco há em frescor de sombras,
Na aquarela natural.
Beija-a em sucção,
recebe do nectário
A força de vida,
Dessedenta-se e sobrevive.
A ave sobrevoa o muro
e parte em silvos.
Discreta, a flor acena
Com suas pétalas
De brisa refrescadas.
Eis a poesia.
Dalva Molina Mansano