TRANSTORNO NO TRANSBORDO

Ao final de cada dia, a mudança

desigual é covardia; a lembrança

dos irritantes transbordos – agonia!

Aos viajantes, transtornos – ironia?

Troca do sujo veículo no regresso

bolado, cujo ridículo eu expresso,

repleto em copiosa indignação,

completo em preciosa afirmação:

Fatos fortes são das vidas molestadas,

dados cortes são feridas espetadas,

são opiniões patéticas não esquecidas,

são ocasiões estéticas não merecidas.

Momentos que já se foram, enfim,

tormentos que lá sugaram a mim,

são raras lembranças deformadas,

tão caras esperanças maltratadas.

Salvador, 06/06/1998.

Oswaldo Francisco Martins
Enviado por Oswaldo Francisco Martins em 11/03/2019
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