Luz (Deus)
Luz, que por uma fresta escapou do firmamento
E percorreu veloz pelos campos amanhecidos
Separando o orvalho dos desertos
Até por um sopro achar regato
Abrindo as janelas para esfuziante contentamento.
Luz, a guiar o barqueiro mesmo sem moedas
Que impetuoso transpassa a densa bruma
Rasgando os véus da morte impura
Para resgatar os perdoados
Da fatal e eterna sorte por arrependimento
Luz, a guiar o cego clemente
Pelo destino cruel obliterado
Como a mão divina e caridosa
A içar a frágil alma
Da vil escuridão e esquecimento
Luz, a aquecer nossa essência e
Ainda que sob duvida, recusada e
Não possa ter tocada
És sentida e ansiada
Para iluminar os profundos túneis do entendimento
Luz, em tua presença a escuridão é ausência
Nos umbrais da mente encarcerado
Pelo acumulo de vidas pelos tempos mal vividas
Plena, domina o sim e o não
Permeando o éter na vastidão
Facho solitário, determinante do inicio e fim da criação.