O amor e qualquer coisa outra essa de amor
A vida é um treino de amar
E cada vez que se ama p'ra fora e com um rebote de soturnas ondas rubras e duras de impermanência e imprevisibilidade
E relutância que é própria do corpo que toca e que goza e da mente passional que alimentada é pela própria paixão que cria e habita
É-se naturalmente ou talvez sem tanta natureza
Obrigado a olhar para dentro e ver
Que se não amou.
Nada de amor incerto. De amor orgânico. De amor fluxo de sentires.
Não invente eu alcunha para amor que não é!
Se não amou.
Qualquer coisa que não é despropositado
Descondicionado
Que haure o inespectar do que conscientemente nada espera porque nada necessita para manter-se
Qualquer coisa que precisa de corpo e precisa de mente e grita (mudo) sua necessidade vital e feroz de resposta
Qualquer coisa que aguarda qualquer coisa
Se não é, isto, amar.
E cada vez que se não ama
Porque perde-se em flutuações de não amor e se acha nela inteiro, submerso e vivendo de todo o coquetel de ares e comes e bebes deste fluir de sentir e este rodar no carrossel arabesco-mental
E cada vez que se não ama
Porque se achou amar no desamor
Conhece a alma um pouco mais o Amor.
Volta Ela para a fonte, e permite-se espiar e bebericar d'água perene da Eterna Fonte.
[Não estabelece-se ad aeternum n'O Sutil, corpo este que é denso
Identifica-se uma mais vez e toda ela e sempre uma vez mais com rio de áureos papéis inexistentes
e banha-se na sôfrega espuma de desamor que se disse amor.
Mas continua, em firme determinação, trilhando o caminho que deságua, pois habita em etérea pousada, n'a Última Morada da Paz]