ETERNO LÁ

Rio, 05/04/84.

Quando a chuva cai,

A natureza parece cantar

Um cântico sem voz,

Mas que os olhos podem contemplar:

A relva o verdume começa a mostrar,

As flores, como sorrindo, começam a se abrir,

Os pássaros, sobre as árvores, começam a cantar,

E o universo todo canta em lá.

A sinfonia da natureza começa,

Todos nos seus compassos:

O vento toca na árvore o acalanto

E ela diz a outra o seu canto,

O mato crescido,

Como servo se encurva

Como se ouvisse em seu ouvido

O cântico nobre da brisa.

O mar bate nas pedras

Formando um cantar ditoso

E com seu cântico suave beija a areia,

Como um pai amoroso,

Os pássaros cantam retinindo

E se mistura com a natureza, o cantar

E isto tudo vai subindo,

Como um louvor, num Eterno Lá.