por um momento

a lucidez espalha

e somos dois e somos

mais, somos artérias

cheias de sangue, vinho

vida, beijo na boca, lembranças

se desdobrando á mesa, poderia

ser uma toalha branca, de rendas

e teus olhos passando por cima

de tudo, mais tarde, seria teu

corpo jogado na cama, respiração

profunda, e, pronto para o mergulho,

alisaria as letras de sua camisola,

as pequenas casas transparentes,

saberei que amarei, e logo seremos

nada além de um passado destronado

de fruta e pão, mesmo assim, mergulho

e a ultima parte minha a entrar

na água, é aquele pedaço constrangido

de tanta coisa não amorosa