RELEGADO, O AMOR.

O branco no papel,

Que traduz o teu silêncio;

Emudece tristemente,

O grito abafado

Que aprisiona o sentimento.

Esse sentir sufocante e silente

Que insiste no existir

Em manhãs de sol ou noites de lua

Num eterno acreditar, verdade nua

Que amar é se entregar, de alma pura.

Meu abraço, nos teus braços, de candura

Traz a certeza da eterna plenitude,

E nesse laço que aproxima com carinho,

As duas faces se procuram com desejos ardentes

De beijos longos, nessa saudade permanente.

E quando nossas almas, porventura, se juntarem,

Esqueçamos o passado e brindemos ao futuro.

Um brinde ao profano, desse amor em júbilo!

E que a brisa, em suaves movimentos,

Reacenda o braseiro dos nossos corpos carentes

Na loucura da entrega de quereres incontidos.

Elenice Bastos.