VERTIGENS

Na vertigem inútil do meu verso,

é do chão onde recolho os cacos

pontiagudos dessa vida histérica

de tantos mundos e poucos rastros.

Fui muitos em muitos abismos. Fui vários.

Fui malandro formado. E Zé Mané otário.

Fui o que fluía. E sou oportunista suave

que fareja um poema no fim duma tarde,

na vertigem inútil do meu verso. Que arde.

Marlos Degani
Enviado por Marlos Degani em 06/03/2019
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