KAISER NINGUÉM XVIII - Caso do Acaso
Eu sou o caso do acaso, vim da dança da poeira
O asteróide, sou o vaso forjado de tal maneira
Sou a colisão atômica nas camadas de valência
Paradoxo, sou beleza e ordem nascidas da violência
Eu sou o choque de asteróides, criador das estações
Pai da lua, dia e noite, propulsor das rotações
Eu sou o cometa alienígena, trago a água mãe da vida
Sou carbono, sopa química e a energia transmitida
Eu sou o caos originário provedor das condições
Os elétrons e o estado nas ações e reações
Eu sou caso do acaso, sou o ancestral primário
E a ordenança transmitida, sou da vida o corolário
Eu sou o coração da Terra, núcleo metálico, fluido e denso
Primeiro escudo na guerra contra o sol e o raio intenso
Eu sou o campo magnético e a camada de ozônio
E o metabolismo energético, sou da vida o patrimônio
Eu sou o cataclisma, sou o quase fim de tudo
A lembrança que ainda cisma em vencer o absurdo
Eu sou o ancestral comum, sou a corda que interliga
A prova de que somos um, diferentes pela briga
Eu sou caso do acaso, mas talvez seja o inverso, sou diverso
Quem sabe eu até seja resultado das leis do universo
Eu sou a superação na propagação do segredo que contém
A consagração da vida em comunhão, eu sou o Kaiser Ninguém