AFINANDO NOTAS, APARANDO VÉRTICES
Há vários nomes azuis
Embaralhados no espaço
E colados no céu.
Nomes de gente amada
Cravados na lembrança,
Evidentes estrelas ao longe.
São-me matéria superior de vida,
Desenhos assimétricos,
A que dou simetria e cor.
Do coração, a tinta vermelha,
Com pena, escrevo versos furta-cores,
Misturo-lhes os tons.
Vou pisando sal,
Afinando notas alteradas,
Abrandando sentimentos.
Enquanto esmiúço malogros,
Aparo-lhes agudos cantos
Com esmeril suavizante.
Das coisas tornadas lilases,
limpo limalhas ardentes
Dos meus olhos coloridos.
Dalva Molina Mansano