fotografia III
leio um soneto
em linha reta, bem devargarzinho
descalço,
a terra é seca
o sol brasa a testa
da vista sem fronteira
e de um susto
se abre uma porteira
corre e sem beira
um Caranguejo amarelado
do outro ensaio,
uma fogueira, pulsam luzes de mangueira
mais adiante, acerto o passo
olho ao lado, a Cerejeira
- Canto sem Palmeira,
escorre a noite à Pitangueira?
mas ali, naquela cerca
espia um pássaro de miúdo
atento aos passos
e ruído da Lua seresteira
já cansado do caminho,
o ombro acerta o ninho
desacordo e desatino
porque li em linha reta um soneto devagarzinho