IDAS E VOLTAS

Nas sombras do meu passado

a luz do meu dia se encontra

Viajo e me acho embaixo

Do que me reserva a vida

Por passos caminho ao alto

Mergulho em cada harmonia

De pássaros e alforrias

Cadências, e ao vão retorno

Me perco em cada partida

A mim vou voltar quem sabe

As leis são meras correntes

Da algema sou libertado

Dos sonhos, meus inimigos

Ressurgem, não me amedronto

Por dentro não me suporto

E rasgo a monotonia

Um vaso imperfeito e pronto

Eu quebro e o recomponho

Bizarro, mas nele a rosa

Se torna mais bela ainda

Suave a ida e a volta

Amarga é a dor da espera

Mas quão bela a paisagem

Que anseia por ser tocada

Miragem, denúncia, a porta

Aberta para o infinito

Me encontro quando o espelho

Reflete o que não reflito