O Hino de Depois da Morte
De pés juntos estou
Numa solidão sem fim
Será que o mundo parou
Ou será que está todo em mim?
Com o meu coração
Inerte sem bem o saber
Desconfio do trovão
Que não ouço bater.
Onde estou não há nada
É um nada assim sem razão
É um oco, um vazio, uma estrada
Sem destino exato ou noção.
Em meu peito um cravo sustenta
Uma sóbria sombra e uma canção
Cuja melodia tristonha aumenta
A dor de uma tíbia e tola ilusão
Por debaixo os meus cabelos caem
De tão seca a minha pele murcha
Ao passo lento minha retina sai
Em busca de uma nova estranha luta
Oh, tristeza. Oh, pena. Oh, lembranças.
Tormentas tantas de uma vida finda.
C.A.D S.T.C.