Ferida aberta

O passado é uma ferida aberta

Porta que nunca se fecha

Deixando à mostra uma imagem

Que desmente a própria vida

A vida que não vivemos é um espinho

Que perfura a carne e atiça

Uma dor constante e feita de delírios e febre

Lembrar é estar sempre matando

Um pouco do presente

E o que se pressente nem sempre

Se torna real, realidade como se sente

Olhando para trás não se vê o horizonte

Algo muito mais significativo,

Porém, está lá; uma história

Inacabada, sem que se possa retornar

Saber o tempo, contar os minutos

Que o amor durou

Lembrá-lo é senti-lo de novo

Bom e sem graça como café frio

A vida que perdemos é uma

Ferida para sempre sem cura

Aberta para o dissabor do que

Deveria (poderia) ser

João Barros
Enviado por João Barros em 27/02/2019
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