Ferida aberta
O passado é uma ferida aberta
Porta que nunca se fecha
Deixando à mostra uma imagem
Que desmente a própria vida
A vida que não vivemos é um espinho
Que perfura a carne e atiça
Uma dor constante e feita de delírios e febre
Lembrar é estar sempre matando
Um pouco do presente
E o que se pressente nem sempre
Se torna real, realidade como se sente
Olhando para trás não se vê o horizonte
Algo muito mais significativo,
Porém, está lá; uma história
Inacabada, sem que se possa retornar
Saber o tempo, contar os minutos
Que o amor durou
Lembrá-lo é senti-lo de novo
Bom e sem graça como café frio
A vida que perdemos é uma
Ferida para sempre sem cura
Aberta para o dissabor do que
Deveria (poderia) ser