Chuva finda
chove ainda, apesar deste sopro de luz.
a saudade brinca com a memória
e o som do sino da cidade
dentro de mim
é um leque
lembrando ausências.
o destino não é suave, quando o coração
caminha por uma rua repleta de nomes.
e isso dói - meu amor
como a lâmina arranhando o corpo
amputando a palavra
e o sonho.
chove ainda, apesar deste sopro de luz.
invento versos sob a chuva fina
e mergulho - louco
nesta correnteza mansa
que me leva até seus olhos - meu amor.
mas sei: não passo de um pássaro triste!