Some!
Duvido que teu olhar confisque o de minha alma
e redija em minha pele o ranço desses teus desejos,
melhor abraçar-me feito um anjo
do que cevar-me em um porre feito uma cerveja.
Machuque, mas que não me esmague o coração.
Deixe-me arrastando-se sobre o ventre,
sentindo o amor, o que jamais tu sentes
nesse teu peito inclemente cheio de maldades.
O sexo não preenche o tempo cônscio,
antes, espraia-se cheio de medo,
ao redor da casa de teus pueris desejos
sem cumplicidade com qualquer verdade,
fugidio como o ócio dos teus cios,
que, de conhecidos, apenas têm teu falso mantra,
gritos de calor sem qualquer esperança,
força de uma mulher falsamente santa,
que se consome e se desmancha.
Se invejas minha liberdade, ganhe o mundo,
descobre esse teu ócio profundo
e que nunca mais me vejas
a olhar o olhar do teu mesmo lado,
qual moeda disfarçada e de todo valor acabada,
louca para ser cumprimentada,
empurrada sobre uma cama sem lenções,
vazia de qualquer palavra,
Ingênua de toda santidade,
plena de uma vil, covarde e mansa euforia
sem fé no verdadeiro amor,
uma mulher de alma vazia.
Poema inédito (25/02/2019)
Paulino Vergetti