BODAS DE PRATA

Rio, 12/11/1999.

Quero derramar a minh’alma

Como água quero derramá-la

Em meio as guerras dás-me calma

Diante de ti minha boca se cala

Porque sei que indigno sou,

Não fosse teu amor morto estaria

E por tuas misericórdias a cada dia

Prossigo caminhando nesta lida.

Ampara-me tua mão ferida,

Por mim, naquele madeiro

E também pelo mundo inteiro,

Mas que é o ser criado

Diante deste universo imenso?

Contudo pouco menor fizeste

Que os anjos e domínio lhe deste

Sobre o pássaro que voa

Sobre o réptil que se arrasta

Sobre o peixe que ao mar povoa.

Completaste naquele sexto dia

A coroa da tua criação

Façamos o homem a nossa imagem

E também a nossa semelhança!

E assim nasceu o primeiro Adão

Puseste-o num lindo jardim

E novamente tua potente mão

Moveu-se noutra criação bela,

Eva sua ajudadora e companheira,

Que fizeste de sua costela.

Muitas eras se passaram

E teu amor permanece imutável

Nas bodas que me deste a mim

De prata são feitas sim.