Fotografar minha desgraça sorrindo
autografar de graça seu diário de rima
me propagar de tal forma infinita, só então
vão parar de se sentirem assim tão por cima
se tempos permitirem, tentaremos lá na frente
perdi ti de vista, deixas que vá sem a gente
abstrair peculiaridades do momento
subtrair de si teus piores lamentos 
atrair luz para tua linha de tempo
conduz lhe para belezas de dentro
me vejo por dentro, isento e vazio 
que sejas esse um espaço infinito
entre onde habito e tudo que emito 
feito um muro nítido, concreto e aço
sinto que plantas expandem tais traços
contigo larguei de mim valiosos pedaços 
sinto-me leve ao teu lado, exalamos carinho
vivo sempre meio isolado, percorrendo caminhos
de certa forma não tenho estado tão sozinho
incerta porta que trás ilusão de ter tudo 
fecho a porta de meu próprio tumulo 
pouco já leva a lembrar me de tanto
hoje solto no mundo me espanto 
viverei por aqui nesse pantâno 
supondo mentiras em sonhos
rabiscando tipo espontâneo,

cravando tais letras em crânios 
beijos lhe odeio e te engano 
te vejo mais tarde no sono.