POEMA DE FERRO
HORAS<br>
Ágeis homens q movem <br>
Sob a lama.<br>
Suas ilhas rabiscadas de giz, faz escorrer<br>
entre as pernas o fel.<br>
<br>
BONO<br>
Vasos q se quebram<br>
sob o olhar dos<br>
sonhos q pingam fel.<br>
Arados sem forças<br>
e retorcidos<br>
na terra vermelha e bruta.<br>
<br>
PASSOS<br>
Ecos da ironia,<br>
corpos crivados de uvas passas.<br>
Vinho d ferro q faz a<br>
embriaguez da lua.<br>
<br>
MORSE<br>
Submarino, nazi, <br>
algas d ferro.<br>
<br>
QUADRO<br>
Silêncio.<br>
Pião a rodar sobre as palhetas de Miro.<br>
Ouro, dardo certeiro n nervos das viuvas .<br>
<br>
ZAAPIAR<br>
Som, ahhh.<br>
outra explosão.<br>
Dor nas ondas q repousam<br>
sobre Scanneres.<br>
Epopeia da mortandade.<br>
<br>
SESSÃO<br>
Odio e fulgor q ousaram<br>
pisar o Vale.<br>
Semântica da morte,<br>
q empresta gemidos a cidade.<br>
Paiol d óbitos atômicos sobre os<br>
assoalhos.<br>
<br>
VARAL<br>
Obra do caos, <br>
ondas de dejetos n seio de Minas.<br>
Tear nas linhas férrea,<br>
Vis homens de plástico.<br>
<br>
AQUI <br>
Mau. <br>
Esquiva,<br>
Solução do mal.<br>
Nada é apto desse ser,<br>
além do Vale de corpos secos.<br>
<br>
CABA <br>
Dilacerado vai o cão,<br>
Antevendo o dia.<br>
Toneladas de aço,<br>
Sobre frageis corpos<br>
Vermelhos.<br>
<br>
<br>
ATÓIS<br>
Nas margens do ego,<br>
sais ósseos.<br>
Anelo dos raios n<br>
sereno.<br>
Lágrimas n madrugada.<br>
<br>
ÁTRIO<br>
Carne de ferro<br>
imã onírico a exalar<br>
odores.<br>
Antro dos esgotos de<br>
Gabinetes vazios.<br>
<br>
ASPÁSIA<br>
Lamina.<br>
doses de melanina<br>
nas simetrias da horta.<br>
Ogiva sobre refeitórios em<br>
Cânticos satânico.<br>
Nerds, ômegas de Aspásia.<br>
<br>
ORGIA<br>
Orgia entre sites dos<br>
Aladins de ferro.<br>
Sinal de nagô q vê<br>
além do caos.<br>
Os açorianos do oásis <br>
cantam o gótico.<br>
<br>
XANA<br>
Nu, septico vai a<br>
Sana do ser pelo vale.<br>
Ouvem <br>
Gemidos múltiplos sob a terra q sangrenta.<br>
<br>
AÇO E CHUMBO<br>
Algas que trepam<br>
nas ardentes ondas purpuras do rio.<br>
Flamingos lençóis q<br>
Lêem o ferro das algemas q sangram.<br>
<br>
SONATA<br>
Sonatas q ergueram<br>
Ontem.<br>
Ouvem agora e outra<br>
Olha e espera o<br>
lodo nos olhares dos solitários.<br>
Há ferro retorci no amianto da matriz.<br>
<br>
COBAIA<br>
Oração q dobra<br>
os sinos.<br>
Espasmos n Eden<br>
das cobaias do feijão.<br>
Esquivos e imóveis expandem<br>
os adoradores da barragem.<br>
<br>
INQUIETAÇÃO<br>
Arcas dos escribas,<br>
Alça do inquieto rio.<br>
Monges q adornam<br>
Avelãs c fitas de cetim.<br>
Enganos q modelam<br>
rastros.<br>
<br>
UM<br>
Imã de fel,<br>
a beijar as ruas vermelhas n<br>
Crua carne enrugada.<br>
um nó n garganta.<br>
<br>
RUGI<br>
Mudaram o tom<br>
dos hinos.<br>
Obelisco no furor de um ato.<br>
Ovnis online rugem o futuro d rio, ve<br>
<br>
CARABINA<br>
Mia o metano vermelho do além.<br>
Ôgros moem e ativam a<br>
Áurea.<br>
Aura q ousa a não ser.<br>
<br>
PROCEDIA<br>
Dogmas em flocos no<br>
Porre dos cristais.<br>
Sóbrios ardem juntos aos<br>
Nêutrons de salagnó.<br>
Lugar de dores.<br>
<br>
MEDOS<br>
Terror n lago de lama,<br>
Nó do tudo.<br>
Ogivas no Vale<br>
Rupturas n Monte e alguns<br>
xis nas janelas.<br>
<br>
TEMPO<br>
Trem a mover sob a lama,<br>
isca humanas....<br>
Ocos homens carnais,<br>
Ocos seres angelicais.<br>
Ais......<br>
<br>
<br>
MARÉS<br>
Sangra o véu das viuvas<br>
por ai.<br>
Avidas sob um céu vermelho<br>
tomam lorax.<br>
<br>
<br>
<br>
ÍCARO<br>
Malignosticismo satírico nos<br>
ecos das torres.<br>
Espaços de lãs nos manuscritos de dores<br>
<br>
<br>
LÚDICA<br>
Acaba se as artes,<br>
Lúdica que anoitece<br>
Antítese da dor púrpura.<br>
<br>
TRISTEZA<br>
O objecto exótico e danoso.<br>
Alvoroço e inquietação,<br>
n neblina q ergue os<br>
Espasmos a procura do ar n azedume do telhado.<br>
Até aqui um ponto baixo.<br>
Espasmos.<br>
<br>
<br>
SAN<br>
Sinuosa é Sofia,<br>
Sob a moral.<br>
Acorda mudada em s<br>
Omissão arisca e avança sobre trilhos.<br>
<br>
GUETO<br>
Na macabra e escura rua<br>
Inundada de lama.<br>
Latem anos ácidos<br>
nos roubos das almas de ferro.<br>
<br>
ADIAR<br>
Revejo ecoando a Otero<br>
Q abana mão,<br>
À observare as exatas<br>
Lágrimas nos altares de Minas.<br>
<br>
PÉS<br>
Alarmes na avenida q<br>
mofa o ócio.<br>
Inocentes provam o gosto amargo de ferro,<br>
alvoroço e alarde<br>
na explosão do gauche.<br>
Hinos q saem das naves espaciais barrocas.<br>
<br>
VULCÃO<br>
Água q forma <br>
Sucos de barro nas<br>
Orquídeas q minam deuses<br>
Pelas pétalas<br>
Evocando menus de Arruda.<br>
Preso aos ipes adereços q secam<br>
Sob sísmicos de alfazema.<br>
<br>
A FERA<br>
Aguardentes de aço,<br>
Ócios do acaso,<br>
Óbitos vermelhos<br>
Q acolhem mantras barrocos.<br>
Mulheres de pedra sabão<br>
A colherem flores de chumbo.<br>
<br>
FÉ<br>
Sem pé esvai,<br>
soprando Frei s cria.<br>
rabisco n monte seminu<br>
Origamis vermelho entre<br>
Couves mortas.<br>
<br>
TEMPO<br>
ALCUNHA<br>
Emerge sob a raiz dos poros,<br>
Q aninhado ruge um gemido <br>
Movendo o inferno no caos no pé de um feijão.