FERIDAS OUTONAIS
Estou despido nas manhãs
Que precedem as invernias
Caem as folhas da alma
E a solidão principia
Alguém me levou a vida
E uma porção de quimeras
Meu veranico de maio
Morreu num peito tapera
Por onde vai esse olhar
Que me anuviou a retina
Prenunciando a primavera
Mas estendendo a cortina
“Quem sofre paga quinhão
No tributo da tristeza
Um grave tempo se alarga
Antes que volte a leveza”
Entre palavras e sons
Acordes das noites frias
Vou embalando lembranças
De perdidas alegrias
Figuras de balé triste
Encenam as minhas mágoas
Feito correntes de rio
Violentas contra as piráguas
Sem esteio nem remansos
Sem rumo, rota e cais
Levo o coração sangrado
Por feridas outonais.
Estou despido nas manhãs
Que precedem as invernias
Caem as folhas da alma
E a solidão principia
Alguém me levou a vida
E uma porção de quimeras
Meu veranico de maio
Morreu num peito tapera
Por onde vai esse olhar
Que me anuviou a retina
Prenunciando a primavera
Mas estendendo a cortina
“Quem sofre paga quinhão
No tributo da tristeza
Um grave tempo se alarga
Antes que volte a leveza”
Entre palavras e sons
Acordes das noites frias
Vou embalando lembranças
De perdidas alegrias
Figuras de balé triste
Encenam as minhas mágoas
Feito correntes de rio
Violentas contra as piráguas
Sem esteio nem remansos
Sem rumo, rota e cais
Levo o coração sangrado
Por feridas outonais.