São, tão somente são
São, tão somente são.
São sonhos, são contos.
São pedras que encontro,
No meio do caminho.
São as folhas que caem.
São os ventos que sopram.
São as nuvens que passam.
São flores que nascem.
São pétalas que murcham.
São enfeites, na vida e na morte.
São as virtudes e os defeitos.
São os vazios, em noites sem luar.
São estrelas que se apagam.
São atos e impactos.
São vidas ceifadas.
São descasos, são valores invertidos.
São as contas do Rosário.
São as horas de prece.
São as lágrimas que esparzem.
São as faces sofridas.
São as desigualdades, são as estações que não se entendem.
São nossas mãos que não acolhem.
São os dias mais tristes.
Carmen Haddad
Poetisa
Rio de Janeiro RJ
Brasil