Divagando na Estepe


Após tanto caminhar por trilhas desertas
Desprovidas de vegetação, paisagem desmatada
Algumas permeadas por oásis fecundos
E abundantes do sacro néctar por que anseio,
Confesso que sinto saudade da senda encoberta
Que divisei ao galgar as montanhas desejadas
E me refestelar por intermináveis segundos
E de novo saciar a sede, após degustar os meios.

Acostumara-me a vê-las em outras tantas
Devastadas e sem resquícios de qualquer arbusto
A circundar a fonte da essência tão desejada,
Recanto mágico, terno e eterno da alma feminina.
E me deparei com a suave estepe sob a manta,
Bem cuidada e aparada graças a muito custo,
Convidando-me a divagar com a mulher amada
Lábios salpicados por estrelas e purpurina...

Como o peregrino que beija o solo sacro ao tocá-lo,
também me curvo e a beijo em profunda reverência
sorvendo o sabor e aspirando o olor que dela emanam,
mordiscando o esparso tufo que a circunda ainda...
E em meio aos sussurros contidos com que me calo,
sinto seu pulsar incontido exalar a mais pura essência
sorvida por lábios ávidos que exultantes se ufanam
ao mirar embevecido o contorno de sua bunda linda...

 
LHMignone
Enviado por LHMignone em 21/02/2019
Reeditado em 22/02/2019
Código do texto: T6580485
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