Por um Triz
Quem é você que passou e me olhou
com um tal de olhar desregrado
me deixou pasmo, tonto, abobalhado
enquanto eu pedia licença pra solidão
inadequada, quadrada, que me faz sofrer
nessa terra de escassez que estou a viver
nessa terra que cultivo sementes de esperança
e bailo nu aos luares de equinócio
mas, de espada ereta e foice mortal,
aqui na encruzilhada não tem violão
só o ritmo aterrorizado do meu coração
que retumba e cala à morte num talvez
quem sabe chegou minha vez, mas acabrunhado
antes que a morte me passe por um triz...