Madrugada II

o clarão ecoa desbotando o céu

todos os azuis são visíveis a olho nu

tudo parece nunca

porque eu sou outra

o urro dos motores ofusca os bem-te-vis

um passarinho solitário brinca de telefone sem fio

“quero-quero”

a manhã rasga meus olhos

sou trevas

o horizonte incendeia

não vejo mais a estrela da manhã

sem guia

perfumo a casa com café

um passarinho anônimo gorjeia

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Esta poesia foi publicada no livro

Conexão Brasil

2018

página 2017

ISBN 978-8593043-66-6