Rotina


Tire as suas cartas loucas da sua escrivaninha,
retire os seus olhos das minhas poesias,
eu por mim, nada de seu quero ler...
Não quero mais amar, quero ser cética,
quero escrever sobre os tremores de terra,
somente por escrever.

Não falarei mais de amor, sou uma pessoa fria.

Deixe que eu viva a minha vida apagada,
deixe eu levar por aí o meu sorriso amarelo,
sem nada para dizer, sem nada à esperar,
nada à dizer, pois na vida tudo o que eu quis,
passou, dela nada mais espero.

Quero viver essa minha cansativa rotina,
um prato frio aqui, uma sopa gelada, ali,
um café amargo, um sol tinindo, sem alegria,
e quiçá um sonho com uma brisa fria.
Talvez, vez em quando uma chuva fina...
Quero essa apática rotina,
que seja longa, que seja breve,
num tanto faz, tanto fez, iguais são todos os meus dias.
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 18/02/2019
Código do texto: T6578016
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