ÉGUAS de GRANITO
Agora que o sol se foi para além dos nossos domínios
posso dizer com certeza o pranto que se abriu nas nossas terras
o chão acha-se coberto duma densa poeira
gargalhada pelas caveiras,
que não sendo atual é anterior ao passado recente: é diária
Agora que o temperatura é músculo de gelo
a sabedoria é um ítem no catálogo das essências
A chuva estranhece o chão que encaminha o portal
nele o peso da idade empoça com a água
A dissolvência da nuvem vem afundar o barco fantasma
que só afunda porque não sendo barco em verdade
é teu destino fluvial só nos sonhos
O que é imagem ninguém se atreve a atrevessar
a vergonha é o semáforo que estanca os impulsos
num choque de julgamentos sempre alheios
Sim as vontades empinam feito éguas num cio famérrimo
mas é você que se evita de tudo tua satisfação é esgotar o anonimato
como o amante louco das éguas de granito
Guarda noturno guarda guarda noturno de um noite impossível
numa época improvável não há nada que se guarde
em seu país a noite põe fogo nos segredos erguendo
um circo sobre os medos