CRUELDADE! (156)

De joelhos me posto,

Ante ti, cruel verdade,

Deixo que me arranques, do sonho,

E me exponhas, à dura realidade...

Abres meus olhos, me fazes ver o que não quero,

Arrastas-me pelos cabelos, dilaceras sem dó, meu peito,

Acendes os holofotes do velho palco, embolorado,

E me expões como caça, abatida em holocausto...

E assim, cruel verdade, louca, alucinada,

Gritas-me impropérios, sorris realizada,

Maldosa, me transformaste no que sou agora,

Nada, do que queria ser, eu só, me enganava...

E, enquanto a plateia de zumbis, a verdade, aplaude,

Um anjo se sobrepõe, a minha triste imagem,

Arruma meus cabelos, com um manto azul, me cobre,

E pela mão me leva... P`ra última viagem...

Lani (Zilani Celia)
Enviado por Lani (Zilani Celia) em 17/02/2019
Código do texto: T6577664
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