INCERTEZA.
Dentro destas quatro paredes
Agrilhoado em meu triste tédio
No frio e escuro deste prédio
Me vem as abruptas recordações
Nesta ilha calabouço
Desfigura o meu rosto
Mergulhando-me na negra solidão
Cala fundo na minha alma
Todos os meus demônios, traumas
Com esta faca que corta meu coração
Não vislumbro um futuro qualquer
A teia do tempo enleia os meus pés
Vejo morrer os dias que me restam
Na penumbra uma luz tênue
Uma centelha de esperança trêmula
Ainda se acende dentro de mim
O futuro constitui um mistério
Como não sou nem um etéreo
Este poderá ser meu triste fim