MATIZES
MATIZES
Um azul ainda pálido
Um rosa ainda esmaecido
Um branco pintado de gris
Aos poucos a aurora
De matizes em mutação
A algaravia sonora dos pássaros
Dá luz ao silêncio
Desfocado do momento
Segue o caminhante
Pisando o negro asfalto
Ladeado de muros
Vez por outra desperto
Por roncos inumanos
E vozes de ressacas
É um intruso
Preso a terra que impermeabiliza
e cerca
Que logo irá engoli-lo
E regurgita-lo em pó
Ao fim da caminhada