# CAMINHEI PELA RELVA

Só de passagem, depois de anos a fio,

caminhei pela relva, e vi as águas do rio,

Senti nas brumas sereno, o ventinho frio,

De onde sai um dia. lá do sertão bravio.

A mata verde me invadia o peito saudoso,

Nisso as narinas aspiravam o mato cheiroso,

No pasto poderia haver um touro pavoroso.

Na embaúba sim, cantava um sabiá teimoso.

Caminhei pela relva, no silêncio da natureza,

E cada flor colorida é uma reinante princesa,

Cujas essências brandas exalavam doce pureza.

Onde pujantes frutos naturais estavam à mesa.

O sol vigiava a tudo com seus raios dourados.

De noite a sentinela lua, com fios prateados.

A fauna deita, a flora balança galhos assanhados,

Lá no bosque que caçadores temem apavorados.

Desliza silencioso na baixada o rio pequeno,

Esconde segredos e muita cobra de veneno,

Sibila o vento nos bambus trás o sereno,

Das campinas e já emana suave, bem ameno.

Ah! natureza que deu sua vida ao civilizado.

por ele morre e tem seu destino envenenado,

pertinaz em crueldade, não sossega, o danado,

Enquanto seus olhos não virem a tudo devastado.

Pacomolina
Enviado por Pacomolina em 15/02/2019
Reeditado em 20/05/2021
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