# CAMINHEI PELA RELVA
Só de passagem, depois de anos a fio,
caminhei pela relva, e vi as águas do rio,
Senti nas brumas sereno, o ventinho frio,
De onde sai um dia. lá do sertão bravio.
A mata verde me invadia o peito saudoso,
Nisso as narinas aspiravam o mato cheiroso,
No pasto poderia haver um touro pavoroso.
Na embaúba sim, cantava um sabiá teimoso.
Caminhei pela relva, no silêncio da natureza,
E cada flor colorida é uma reinante princesa,
Cujas essências brandas exalavam doce pureza.
Onde pujantes frutos naturais estavam à mesa.
O sol vigiava a tudo com seus raios dourados.
De noite a sentinela lua, com fios prateados.
A fauna deita, a flora balança galhos assanhados,
Lá no bosque que caçadores temem apavorados.
Desliza silencioso na baixada o rio pequeno,
Esconde segredos e muita cobra de veneno,
Sibila o vento nos bambus trás o sereno,
Das campinas e já emana suave, bem ameno.
Ah! natureza que deu sua vida ao civilizado.
por ele morre e tem seu destino envenenado,
pertinaz em crueldade, não sossega, o danado,
Enquanto seus olhos não virem a tudo devastado.