Teu

Na primavera, as flores belas eram tu,

No verão, as chuvas finas eram tu

Tu eras o que nela faltava,

Mas o vento chegou.

Tu voaste aos meus braços,

Deixaste de lado a lealdade,

E provaste da minha liberdade,

Puseste-me numa gaiola sem dor.

Eu que só sabia voar,

Estou preso em tuas mãos,

Nem reconheço minha própria face.

Quando me olho ao espelho, é a ti que vejo

Quando mordo as frutas frescas, é teu gosto que sinto,

Quando o vento sopra em minha face,

É tuas mãos que sinto me acariciar.

E nessas tardes febronhas,

Com tua face pretendo sonhar,

Porque me perdi sendo meu,

Me encontro no tu que em mim há.

Gilson Azevedo
Enviado por Gilson Azevedo em 14/02/2019
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