Teu
Na primavera, as flores belas eram tu,
No verão, as chuvas finas eram tu
Tu eras o que nela faltava,
Mas o vento chegou.
Tu voaste aos meus braços,
Deixaste de lado a lealdade,
E provaste da minha liberdade,
Puseste-me numa gaiola sem dor.
Eu que só sabia voar,
Estou preso em tuas mãos,
Nem reconheço minha própria face.
Quando me olho ao espelho, é a ti que vejo
Quando mordo as frutas frescas, é teu gosto que sinto,
Quando o vento sopra em minha face,
É tuas mãos que sinto me acariciar.
E nessas tardes febronhas,
Com tua face pretendo sonhar,
Porque me perdi sendo meu,
Me encontro no tu que em mim há.