O POEMA PERDIDO
posso morar em qualquer parte
onde ao menos a gente se esbarre
como vênus e júpiter
sorrindo um para o outro
em novembro numa segunda 13
a olho nu quero ver
como você confere as horas
ou como cruza a esquina
ou como um fio do teu cabelo
sobre a calçada
deixa o dia mais dia
com você quero colecionar xícaras lascadas
como quem guarda cacos de vidros
que refletidos ao sol viram poemas
onde o mundo nos for casa
sempre será o outro lado do mar.